Em março de 1998, fui até um canil da raça Yorkshire Terrier com todo o dinheiro que economizei por meses pra fazer a maior loucura que já tinha feito até então. Comprar um cachorro e desafiar meus pais chegando em casa de surpresa com o bichinho embaixo dos braços.
No início foi difícil. Minha mãe ficou um mês sem falar comigo. Dormi algumas noites na área de serviço com o bichinho, porque ela não podia andar em outro lugar da casa e a noite, sozinha na área, ela chorava sem parar. Mas depois todos se apaixonaram por aquele olhar de pidona dela e ela dominou o ambiente.
Essa era a Penelope.
Naquele dia em que fui ao canil a criadora trouxe pra sala 4 filhotes que eu poderia escolher. Bem, enquanto 3 deles corriam, faziam xixi nos pés da mesa, latiam e tentavam chamar a atenção de qualquer jeito, um deles parou na minha frente e ficou , por mais de 15 minutos, só me olhando. Me olhando como se dissesse: "Oi, eu sou a mais quieta, a mais comportada e amo você!" Não tive dúvidas.
Essa era a Penelope.
E foi com esse mesmo olhar, porém esbranquiçado pela idade, que ela me olhou na noite anterior a sua partida. "Oi, obrigada por tudo, eu tenho que ir e eu amo você!" O que eu vou dizer aqui pode não agradar muta gente, mas é o que eu realmente sinto. Sinto mais falta da minha amiguinha peluda do que de muita gente.
Não consigo mais escrever, desculpem.
Beijos a todos.
Essa era Penelope
21/01/1998 - 25/09/2011